quinta-feira, 11 de setembro de 2008

Objetos...



Sobre os objetos

Na montagem, a encenação e a trilha sonora, criam um universo cotidiano e abstrato, sagrado e profano, aliados a uma iconografia mágica e cerimonial dos objetos de cena.



Na cenografia, é possível perceber cores de terra e encardidos. Os objetos são bens corroídos pelo tempo, desgastados, mas carregados de sentido para conduzir o trecho de vida desta mulher. O palco é preenchido por uma lona e adereços escolhidos para atuarem junto com a atriz nesta odisséia intimista.



Há uma caveira de boi no cenário. Ela foi influenciada pelo fato de ser comum encontrar no mundo rural, fincada numa estaca, uma caveira de boi, acreditam que a relíquia defende contra pragas, intempéries e mau agouro. A tradição remonta às origens do culto do touro, entre gregos e romanos, que chegou a Portugal e sofreu influência cristã. É também de origem africana. É a noção de sacrifício do animal como oferenda para benefícios. Há também uma cruz ingênua, naif. É um costume antigo firmar uma cruz nos pontos das estradas em que ocorreu algum fato misterioso. Os transeuntes fazem genuflexão, um beijo, uma reza.


Nenhum comentário: